Os livros nos dão asas!

Os livros nos dão asas!

sábado, 25 de julho de 2015

Belleville



Confesso que Belleville não estava em minha lista de livros ou que em um primeiro momento eu olharia para ele  e o compraria. Não mesmo! Não foi um daqueles livros que me chamou atenção ou que eu sempre desejei ter em minha estante. Foi um "acidente". Por acaso.
Sabe aquele momento em que você olha para algo e por algum motivo desconhecido tem vontade de ter? Ou que por um momento de desatenção acaba comprando? Foi um pouco isso. Tudo bem... li a sinopse do livro e achei "legalzinho"... Uma coisa deixo bem claro aqui: Gosto do gênero policial! Romances policiais me atraem! Investigação, deduções, detetives, psicólogos criminais! Essa é a minha "praia", Belleville não....
Mas, como eu disse anteriormente algo me fez comprá-lo, além de achar a sinopse parecida com uma de um filme que vi ha algum tempo, "A casa do lago". Enfim, comprei sem grandes pretensões... Até eu pegá-lo essa semana para ler.... até eu virar a última página.
Belleville é uma daquelas histórias que você passa dias lembrando, é suave, doce, mágico, beira ao inocente. É aquele livro que você a princípio não dar nada por ele, mas com o passar das páginas vai prendendo a sua atenção e o seu coração. Belleville me conquistou por inteiro.
A história desafia tudo o que acreditamos como real e possível e talvez por isso é que nos fascine tanto. É irreal. Mágico. Louco. Apaixonante! 
A história se passa em Campos do Jordão em dois período distintos: 1964 e 2014.  Um sonho. Uma montanha-russa. Um amor que começava.Cinquenta anos os separavam. Anabelle e Lucius se comunicavam por cartas, o que é algo improvável nos nossos dias atuais onde a informação e comunicação é instantânea. Eles se falam só e unicamente por cartas e eles nunca se viram, mas moram na mesma casa.
 Lucius não sabe quem é Anabelle a conheceu por meio de uma foto achada entre livros, mas está apaixonado por ela e decidido a passar por cima dos seus sonhos e projeto de vida para realizar o sonho da sua amada. Anabelle nunca viu Lucius apenas o conhece através das cartas que troca com ele, mas o amava intensamente. Anabelle tinha o sonho de terminar o projeto do seu pai.... a construção de uma montanha-russa no quintal da casa. O pai de Anabelle faleceu antes de ver seu projeto se concretizar e ele tornou-se o sonho da única filha. Anabelle não sabia como realizar o sonho até conhecer, Lucius. Lucius iria se formar em Matemática, até conhecer Anabelle. Lucius tinha 20 anos. Anabelle 17. O que haveria de errado nisso além de que montanhas-russas não são construídas no quintal de casa?
Anabelle estava com 17 anos em 1964. Luciu tinha 20 anos, morava na mesma casa que Anabelle e trocava com ela cartas. Lucius estava em 2014.
Felipe Colbert escreveu uma história cheia de surpresas e que prende o leitor a cada página, as cartas são atrativos a mais para prender mais e mais a nossa atenção. Ficamos ansiosos para saber a resposta, os sentimentos deles e nos divertimos com as diferenças apresentadas nas duas epócas distintas. Quem iria adivinhar em 64 que haveria algo como a internet? Anabelle a chamou de "a grande enciclopédia" e Lucius achou graça desse termo.
A leitura é prazerosa, leve e mágica. Torcemos por aquele casal improvável, nos emocionamos com a determinação de Lucius e o sofrimento de Anabelle diante de um tio monstruoso. Desejamos ver Belleville finalmente construída! Mas acima de tudo entramos na história e nos imaginamos vivendo aquela situação tão inusitada. E em época em que o amor está se tornando algo tão banalizado e desacreditado, Belleville vem e nos diz: Ei, acredite, o amor está aqui.

domingo, 19 de julho de 2015

O Pequeno Príncipe


"Tu te tornas eternamente responsável por aqui que cativas"

Quem nunca escutou ou repetiu essa frase? Quem não se apaixona pelo menino meigo e de cabelos cor de trigo? O pequeno Príncipe encantou e continua a encantar todos aqueles que o conhecem. Sua jornada é emocionante e cada relato da sua viagem nos leva à reflexões. 
A princípio foi considerado um livro para crianças, mas é sem sombra de dúvidas recomendado para todas as idades e para várias fases da vida. Esse livro são daqueles que precisam ser relidos várias e inúmeras vezes.
Li O pequeno príncipe umas quatro vezes, diferentes idades e diferentes momentos da vida e em todas as vezes me emocionei, em todas chorei e em todas aprendi.
Aprendi com aquele menino que os sonhos não podem morrer, aprendi que não podemos desistir de algo ou alguém por mais difícil que aquilo parece ser, aprendi que amizade deve ser para sempre, mesmo que os amigos não se vejam mais. Aprendi que é preciso criar laços, mas que cativar precisa de duas pessoas e não apenas uma. Aprendi que não importa o que temos, mas o que somos. Aprendi que quando vamos embora deixamos saudades, mas levamos também a falta do que ficou. Aprendi que é loucura desistir porque uma tentativa não deu certo, aprendi que crescer dói, mas essa dor nos leva ao voo. Aprendi que mesmo existindo milhões de pessoas, se eu faço uma delas minha amiga ela será única no mundo. E o mais importante, aprendi que podemos derramar algumas lágrimas quando nos permitimos cativar e que o essencial é invisível aos olhos, pois se ver melhor com o coração.
Acredito ser um dos livros mais simples e rico que existe, é impossível ser indiferente à esse menino e ao seu amigo piloto. É impossível não se emocionar com o amor dele pela sua rosa e o quanto ele é fiel a ela. É impossível não deixar as lágrimas rolarem nos seus últimos diálogos com a raposa, um dos mais famosos do livro. É impossível não sentir a saudade cortante que seu amigo piloto sentiu com a sua partida.
Quando terminei de ler a ultima folha senti como se faltasse algo, como se parte de mim também estivesse ido com aquele menino de coração puro. As lágrimas molharam o meu rosto e uma saudade de algo que não conhecia doeu o peito. É isso que esse menino nos faz sentir, é por isso que tantos anos depois esse livro está tão novo e vivo em nosso meio. E é por isso que ao olharmos para o céu estrelado imaginamos que ele pode estar ali olhando e sorrindo para nós.

" A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar"



sábado, 18 de julho de 2015

Para começar....

Não poderia ser diferente.... Dentre tantas opções possíveis, eu não tive dúvidas sobre qual livro iria falar para inaugurar o LeituReitando. Conheci esse livro há 08 anos quando estava no 3º ano do Ensino Médio e me apaixonei por ele de imediato. Sabe amor à primeira vista? O nosso caso foi amor à primeira leitura.
Algum tempo depois quando estava terminando a minha primeira graduação o reli e foi como se fosse a primeira vez.... Aquela história emocionante e encantadora, aquela menina tão frágil e tão forte. Aquela amizade improvável, mas desejada. Me identifiquei com ela, com aquela menina e com a sua paixão.... a paixão pelos livros! 
E foi assim que ela me encontrou, e foi assim que conheci Liesel Meminger

A Menina que roubava livros ( Markus Zusak)

                   "Quando a morte a Morte conta uma história, você deve parar para ler"

A Morte, personagem real do livro, talvez um dos personagens mais intensos dessa história cheia de emoção e amor. Conhecemos Liesel pela voz da morte e ela nos acompanha por todo o livro, ela se faz presente em todos os acontecimentos e não há como duvidar dela.

                                                "Até a morte tem coração"


Um dos livros mais emocionantes que já li, A menina que roubava livros é uma daquelas histórias que grudam em sua memória para sempre. Li os livros umas três vezes e em cada uma delas eu notei algo diferente, uma frase que antes não havia notado, uma emoção antes não despertada e assim por diante.
O que mais me chamou atenção na história de Liesel foi a sua determinação e fome de conhecimento, ela apaixonou-se pelos livros sem ao menos conhecer um única letra. Liesel é uma daquelas crianças que o nosso coração sente vontade de cuidar, ela nos ensina o poder transformador dos livros.
Conseguir decifrar todos aqueles códigos desconhecidos era o maior objetivo daquela menina que havia perdido tanto, e é aí que a magia do amor acontece! É lindo quando Liesel consegue ler e entender as primeiras palavras, é lindo o processo pelo qual aquelas letrinhas passam a fazer sentido. É lindo ver aquele pai passando para a filha o  pouco que sabia, mas que tornou-se tudo. E em um porão frio e úmido o amor transformou-se em letras, sílabas, palavras, frases, linhas, páginas e livros!
Livros que tornaram-se o melhor amigo de Liesel e que para manter essa relação de amor começou a roubá-los... O que se fazer quando voltar atrás ou parar não é mais uma alternativa? O que fazer quando uma paixão toma conta de todo o seu ser? O que fazer quando a única opção é ter perto de si o que tanto se deseja? Ilsa Hermann sabia.....
A estória se passa em meio ao horror da loucura nazista, o mundo transformara-se em caos, medo e morte e em meio a toda essa desolação, o impossível acontece:  Max bate à porta da casa de Liesel. Max é um judeu. A família de Liesel alemã. E mais uma vez surge o amor em forma de letras e livros, olhares e lágrimas, medos e alegrias.
Udy amava Liesel. Liesel amava Udy, mas descobriu isso tarde demais. A guerra destruía os sonhos, as brincadeiras, o beijo não dado, o abraço deixado para amanhã. Amanhã que não veio.
A menina que roubava livros, nos faz refletir sobre o que realmente importa em nossa vida, sobre as relações que temos e os vínculos que criamos. Fala de uma menina que desafiou a morte e decidiu viver.
Uma menina que queria pouco: Seus pais, Max, Udy e seus livros. Mas restou apenas ela e sua paixão.

"Uma sobrevivente. Um acordeão quebrado. Um beijo tarde demais. Um livro perdido e devolvido em tempo"



Minha paixão

Sou apaixonada por livros! Isso não é nenhuma novidades para aqueles que me conhecem. Tenho uma relação íntima com os livros e a escrita, o livro nos transporta para outra dimensão e nos desliga da agitação.
Por gostar muito de ler, gostaria de aproximar algumas pessoas desse universo maravilhoso e mágico, por isso pensei em criar um espaço no qual eu poderia escrever sobre livros. Os que já li, estou lendo ou tenho interesse em ler. Não tenho a intenção em resumir livros, mas conversar sobre eles, colocar as minhas primeiras impressões, fazer críticas. Também, irei indicar, citar, mostrar algumas novidades. 
Gostaria de conversar com o leitor, saber quais são seus livros preferidos, se concordam ou não com o que está sendo postado, trocar ideias e sugestões.
É um espaço nosso!